10 projetos de Jornalismo nas Periferias


Conheça abaixo 10 iniciativas para a distribuição de conteúdo jornalístico nas periferias.

Por Gisele Sotto, em colaboração
Crédito da imagem: Pixabay
Imagens: Divulgação

 
 
   
 
Agência Mural de Jornalismo das Periferias - @agenciamural

Uma agência de notícias, de informação e de inteligência sobre as periferias das cidades da Grande São Paulo, que consideram como a área geográfica estendida além do “centro” do poder político-econômico paulistano e que alcança os municípios da região metropolitana.

O conteúdo é produzido por muralistas, que são correspondentes locais – em sua maioria estudantes ou formados em comunicação – interessados em contar o que se passa na região em que moram, na periferia da Grande São Paulo e imediações.

Projeto nasceu em 2010, inicialmente como blog Mural. O site foi lançado em novembro de 2015 e depois ampliado para caber mais reportagens feitas por muralistas. Os cofundadores da Agência Mural são Anderson Meneses, Cíntia Gomes, Izabela Moi, Karol Coelho, Paulo Talarico, Priscila Pacheco e Vagner de Alencar.

Periferia em Movimento - @PeriferiaemMovimento

Uma produtora de Jornalismo de Quebrada que gera e distribui informação a partir do Extremo Sul de São Paulo (Grajaú, Parelheiros, Marsilac e Cidade Dutra) até os centros de poder. Foi fundada em 2009 por Aline Rodrigues, Sueli Reis Carneiro e Thiago Borges, jovens jornalistas que moram em periferias da Zona Sul de São Paulo.

A missão da Periferia em Movimento é “fazer um jornalismo sobre, para e a partir das periferias, em nossa complexidade, para ocupar espaços que sempre nos negaram e garantir o acesso a direitos”.

Desenrola e Não Me Enrola - @desenrolaenaomenrola

Este coletivo de comunicação, criado em 2013, atua na veiculação de informações sobre os fatos socioculturais que acontecem na periferia de São Paulo, buscando destacar um olhar positivo nas reportagens escritas e em vídeo que abordam o que de melhor acontece na música, teatro, esporte, literatura e ações desenvolvidas por articuladores culturais das comunidades.

O Desenrola desenvolve também o Você Repórter da Periferia, um projeto de educomunicação para jovens da periferia, que alia a teoria e a prática do jornalismo comunitário e cultural. O projeto foi pensado pelos jornalistas Ronaldo Matos e Thaís Siqueira no ano de 2013, quando eles ainda eram estudantes de jornalismo. Em 2018, eles lançaram o livro "Você Repórter da Periferia: Visões e vivências do jornalismo nas periferias".

Nós, Mulheres da Periferia - @nosmulheresdaperiferia

Um coletivo jornalístico independente, transparente e apartidário formado por jornalistas moradoras de diferentes regiões periféricas da cidade de São Paulo.

A principal diretriz do Nós, Mulheres da Periferia é disseminar conteúdos autorais produzidos por mulheres e a partir da perspectiva de mulheres, tendo como fio condutor editorial a intersecção de gênero, raça, classe e território. O website nasceu em março de 2014 com o intuito de contribuir para a construção de narrativas jornalísticas mais humanas e contextualizadas.

Em 2017, lançaram o documentário “Nós, Carolinas”, que apresenta vivências de mulheres moradoras de quatro regiões diferentes da capital paulista.

Fala Roça - @jornalfalaroca

O Fala Roça é um jornal impresso e online independente, feito por moradores da Rocinha, entregue de porta em porta, que existe desde 2012.

A missão desse jornal comunitário é trazer um pouco da cultura nordestina, mostrando o quanto ela é presente dentro da Rocinha, a comunidade que reúne mais nordestinos no Rio de Janeiro. “Nossos leitores tem rostos, vozes e são mal representados na grande mídia. Por isso, o Fala Roça é necessário para mostrar um outro ponto de vista, o olhar de quem mora na favela”, destaca Michel Silva, um dos fundadores.

ANF – Agência de Notícias das Favelas - @agenciadenoticiasdasfavelas

Fundada pelo jornalista André Fernandes em janeiro de 2001 como um projeto, foi logo reconhecida pela Reuters como a primeira agência de notícias de favelas do mundo. A ANF foi criada para atender a demanda da imprensa e da sociedade, que precisavam obter informações sobre que acontecia no contexto das favelas do Rio de Janeiro.

Entre os projetos em andamento estão o jornal A Voz da Favela e o portal da ANF. O jornal, com tiragem de 150 mil exemplares, é o maior impresso produzido pelas favelas no país. Lançado em 2009, o jornal é mais uma forma de democratização da informação das favelas do Rio de Janeiro. O portal conta com a colaboração de quinhentas pessoas que enviam seus artigos e matérias.

Coletivo Papo Reto - @ColetivoPapoReto

Um coletivo de comunicação independente composto por jovens moradores dos Complexos do Alemão e Penha, no Rio de Janeiro. O projeto nasceu em 2014, embalado pelos protestos no Complexo do Alemão e pela não aceitação da forma como a “grande mídia”, Governo e Secretaria de Segurança criminalizavam os movimentos sociais, principalmente os da favela.

Buscam fazer uma cobertura diferente da mídia corporativa, aplicando o conceito “do favelado para a própria favela”, o que chamam de Nós por Nós, por meio do diálogo e troca de informações com a rede de moradores de todo o Complexo.

Fala Manguinhos! - @falamanguinhos

O Fala Manguinhos! é um Agência de Comunicação Comunitária, comprometida com os direitos humanos. Seu propósito é transformar pessoas e o território através de seus projetos e em parceria com os moradores do Complexo de Manguinhos, no Rio de Janeiro.

“A comunicação comunitária que fazemos através do Fala Manguinhos, com a produção de matérias e conteúdos, como vídeos e fotografias, tem a responsabilidade de exibir e defender as pautas das favelas, de territórios invisíveis à mídia tradicional”, afirmou Edilano Cavalcante, coordenador da agência, durante evento na EPSJV/Fiocruz.

http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/acontece-na-epsjv/favelas-tem-vez-e-voz

Voz das Comunidades - @vozdascomunidades

Em 2005, aos 11 anos de idade, Rene Silva dos Santos, criou o jornal Voz da Comunidade após participar durante três meses de um jornal que já existia dentro da escola municipal em que estudava. Seu objetivo era mostrar a realidade dos moradores da comunidade do Morro do Adeus, uma das 13 que formam o Conjunto de Favelas do Alemão, no Rio de Janeiro.

Foi em 2010, ao narrar pelo Twitter a ocupação do Complexo do Alemão pelas Forças Armadas, que o jornal ganhou destaque na mídia nacional e internacional, e se tornou referência em comunicação comunitária e jornalismo cidadão.

RioOnWatch - @RioOnWatch

Em maio de 2010, a Comunidades Catalisadoras lançou o RioOnWatch, um programa para trazer visibilidade às vozes das favelas no período que antecedeu as Olimpíadas de 2016.

Desde o início, o programa RioOnWatch tem trabalhado para aumentar a participação de jornalistas comunitários e observadores internacionais através de artigos e reportagens sobre as transformações do Rio, e também tem dialogado com a grande imprensa e a imprensa alternativa visando gerar uma visão mais precisa das favelas, das suas contribuições à cidade e de suas perspectivas.

 

 

*Lista foi elaborada com base em pesquisa feita no Google em novembro de 2019. Foram considerados projetos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro com perfis ativos e atualizados no Facebook, além de site para divulgação do conteúdo.

     
 

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