A
importância do prêmio é
indiscutível. O Mulher Imprensa
é um troféu que simboliza
a dedicação de profissionais
que fazem do jornalismo mais que um ofício.
É um caso de amor, como eu costumo
dizer. Temos a linda missão de
informar, contribuir com o debate social,
contar histórias que inspiram.
A experiência como correspondente
internacional é um privilégio.
É também uma grande responsabilidade.
Afinal, temos a missão de analisar
outros países do ponto de vista
de quem observa de longe. Foram quase
7 anos nesta missão que a Band
me confiou. O fato de a base na Europa
ser em Paris foi muito importante devido
à forte relação de
afeto e respeito entre a França
e o Brasil. Não podemos nos esquecer
que o cenário parisiense faz parte
do destino obrigatório do brasileiro
que tem a oportunidade de conhecer a Europa.
E os franceses gostam muito do nosso país
e do nosso povo. Um país desperta
o interesse do outro e isso facilita muito
as relações com as fontes.
Relembrar
fatos desta missão é algo
que eu gosto muito de dividir com vocês.
Mas para quem pensa que neste período
o glamour esteve presente... não
mesmo! Tudo aconteceu de forma intensa
e histórica. Chegamos em 2011,
no auge de uma crise financeira em que
as eleições majoritárias
deram uma guinada para a esquerda. O Partido
Socialista de François Hollande
derrotou o conservadorismo de Nicolas
Sarkozy e essa tendência se espalhou
por toda Europa. Mas outras notícias
fortes do continente tomaram conta dos
noticiários. A Itália também
rendeu vários capítulos
importantes. O naufrágio do navio
Costa Concordia, sob o comando irresponsável
de Francesco Schettino, a fuga de Henrique
Pizzolatto, com o passaporte do irmão
morto, para a região de Bolonha
e a renúncia de um Papa depois
de 700 anos. Foram quase dois meses intensos
entre a renúncia, o conclave, a
intronização do argentino
Jorge Bergoglio que escolheu o nome Francisco
para o seu pontificado. Em 2015, Paris
tornou-se um cenário de guerra.
Foi no mês de janeiro, um dia depois
da festa de Reis, o grupo terrorista auto-intitulado
Estado Islâmico invadiu a redação
do semanário Charlie Hebdo. Só
que mais tragédia ainda estava
por vir. Em novembro, em uma sexta-feira
13, os terroristas fazem dezenas de vítimas
no atentado a casa de shows Bataclã
e bares que reuniam a juventude e a alegria.
Uma onda de comoção tomou
as ruas da França e do resto do
mundo. Em 2016, um outro golpe no coração
da França. Um lobo solitário
atropela e mata outras dezenas de pessoas
em pleno 14 de julho na orla do romântico
balneário de Nice.
Histórias
não faltam. Agradecimentos muito
menos. E a certeza de que nós,
profissionais do sexo feminino, damos
conta de qualquer desafio. Que venham
muitos outros!
Sonia
Blota (TV Band)
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