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Por
isso, resgatamos um ranking feito em abril de 2012 (ed.
277) com a ajuda 40 jornalistas, de diversas editorias.
IMPRENSA perguntou a eles quais os 10 livros que mais contribuíram
para suas carreiras e seriam indispensáveis para o profissional
da área. O resultado final, feito com base em 400 respostas,
você confere abaixo. Na galeria, veja as listas dos 40 jornalistas.
Boa leitura!
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“A SANGUE FRIO”, DE TRUMAN CAPOTE (1966) |
“Se
há uma obra literária que define o jornalismo investigativo,
esta é a ‘A Sangue Frio’. A jornada conduzida por Capote
não é somente pela busca da reportagem perfeita ou mesmo
pela verdade absoluta dos fatos. Ele nos ensina que qualquer
história se torna mais interessante à medida em que nos
aprofundamos no que há de mais verdadeiro nelas: o coração
dos protagonistas. Uma verdade pessoal é relativa, mas
pode ser mais contundente do que qualquer fato consumado.
Capote enxergou (e sentiu) isso.”
Pablo
Miyazawa – editor-chefe do IGN Brasil
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“CHATÔ, O REI DO BRASIL”, DE FERNANDO MORAIS (1994) |
“O
livro marca o encontro de duas figuras memoráveis: o repórter
Fernando Morais e Assis Chateaubriand. Ele era o dono
de um império que inaugurou a moderna comunicação no país,
a qual ele dominou como uma versão real, ainda mais poderosa
de Cidadão Kane. Chefe de uma centena de emissoras de
rádio e TV, jornais e revistas, Chatô tinha o estilo de
um jagunço, a ousadia de um conquistador, a criatividade
de um revolucionário, e teve a sorte de encontrar Morais,
responsável, talvez, pela mais impressionante biografia
do jornalismo brasileiro.”
Luiz
Cláudio Cunha – jornalista político e escritor
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“FAMA E ANONIMATO”, DE GAY TALESE (1970) |
“‘Fama
e Anonimato’ demonstra porque lugar de repórter é na rua.
E ensina: é preciso saber olhar, despir-se de todos os
preconceitos e surpreender ao escrever. O texto-símbolo,
o perfil de Sinatra, está longe de ser a única joia. Toda
a seção de perfis, nos quais Gay Talese olha com carinho
para o boxeador decadente ou o autor dos obituários do
The New York Times, é uma aula de jornalismo. A série
de reportagens sobre Nova York, outra. E o conjunto sobre
a construção da ponte Verrazzani-Narrows, um épico.”
Maurício
Stycer – repórter e crítico do portal UOL
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“O ANJO PORNOGRÁFICO”, DE RUY CASTRO (1992) |
“Em
grande parte por culpa de o ‘Anjo’, acabei publicando
dois livros sobre biografias, esse universo vasto e extraordinário
para o qual convergem as ciências e as artes. Além do
start intelectual, Ruy Castro me pôs em contato com um
Nelson mais fascinante que aquele que eu tinha em mente.
O florescimento do dramaturgo é antecedido por um levantamento
espetacular das peripécias da família Rodrigues no início
do século XX por jornais como A Manhã e A Crítica. Sob
esse aspecto, continua valioso para o processo de formação
de novos jornalistas.”
Sérgio
Villas-Boas - jornalista, autor e professor da Cásper
Líbero
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“NOTÍCIAS DO PLANALTO”, DE MÁRIO SÉRGIO CONTI (1999) |
“Quando
o livro saiu, em 1999, Collor estava mais no passado
do que hoje, pois nem mandato tinha. Os escândalos do
ex-presidente e sua turma jaziam esquecidos. O livro
mobilizou as redações pelo que revelava sobre elas mesmas
ao mostrar como os mios de comunicação construíam e
destruíam Collor, do governo de Alagoas ao impeachment.
Enquanto críticas acadêmicas costumam analisar apenas
o que chega ao público, as 141 entrevistas de Conti
ajudam a entender quem são os olhos, bolsos, corações
e mentes por trás das notícias.”
Emiliano
Urbim - repórter da revista O Globo
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“O REINO E O PODER”, DE GAY TALESE (1969) |
“A
história do The New York Times é uma saga que vale a pena
ser conhecida. Talese contou com o apoio da família Suzberger,
que lhe franqueou arquivos, e nem por isso a biografia
é chapa-branca. Ao contrário, mostra como até mesmo críticas
à direção eram assimiladas dentro do espírito democrático
que rege o jornal. O leitor constata que o livro não de
uma grande reportagem no estilo do new journalism, que
introduziu na narrativa jornalística mais subjetividade,
mais emoção na descrição da realidade, mondando-a até
hoje.”
Merval
Pereira - colunista de O Globo e comentarista político da
GloboNews e da rádio CBN
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“MINHA RAZÃO DE VIVER”, DE SAMUEL WAINER (1987) |
“O
livro é um relato, sem precedentes, da relação entre imprensa
e poder no Brasil republicano. As memórias, sem censura,
deixam perplexo o leitor desavisado. Usei o livro como
leitura obrigatória para uma turma de primeiro ano do
curso de jornalismo da PUC-SP. Os garotos ficaram revoltados
e odiaram a figura do Wainer. Épicos furos de reportagem
se misturam com o jabá descarado. Idealismo e obstinação
são confrontados com interesses particulares e conluios
regados a uísque. Se a coisa mudou, cabe ao leitor responder.”
Aldo
Quiroga - apresentador e editor-chefe na TV Cultura e professor
de jornalismo da PUC-SP
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“DOM CASMURRO”, DE MACHADO DE ASSIS (1900) |
“Se
alguém percorresse as bibliotecas dos grandes escritores
brasileiros, certamente, encontraria pelo menos um exemplar
de “Dom Casmurro”. No meu caso, o livro foi eleito quando
eu ainda era adolescente, porque tem tudo o que um grande
romance deve ter para o meu gosto: humor, elegância, enredo,
sabedoria, riqueza de linguagem e mistério. O mistério
de “Dom Casmurro” também é clássico: afinal, Capitu traiu
Bentinho ou não? Grandes sabichões já cravaram que sim.
O adolescente que fui nunca teve tanta certeza. Por isso,
a obra me conquistou para sempre.”
Cadão
Volpato - jornalista, músico e desenhista
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“A REGRA DO JOGO”, DE CLÁUDIO ABRAMO (1988) |
“As
palavras de Abramo ganham maior importância na sociedade
de hoje quando as tecnologias aceleram a divulgação de
notícias. Ficou mais difícil suportar a pressão para divulgar
primeiro e depois apurar o fato. Seu lembrete de que o
jornalismo é o exercício cotidiano da inteligência e a
prática diária do caráter precisa ser lido todos os dias.
Quando fui gerente de jornalismo da CBN, pedi que uma
placa com esses dizeres fosse colocada na entrada da redação.
Todos os dias, lia em voz alta e me perguntava baixinho
se estava praticando o que o mestre Abramo dizia.”
Heródoto
Barbeiro - jornalista e âncora do Jornal da
Record News e do R7
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“1984”, DE GEORGE ORWELL (1949) |
“Orwell
materializou sua visão tenebrosa do futuro: o mundo dividido
em estados que vivem em eterna beligerância com aliados/inimigos
alternantes, em extrema pobreza material e espiritual,
orquestrado por ditaduras coletivistas e idiotizantes.
O protagonista é encarregado de adaptar os arquivos de
notícias à ‘realidade’. Rebela-se, sem sucesso. Muito
do que Orweel descreveu já existe: uma sociedade onde
câmeras onipresentes vigiam os indivíduos e que caminha
para o desaparecimento consensual, em nome da segurança,
do conceito de privacidade.”
André
Fischer - diretor do portal Mix Brasil
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