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Qual é a importância para você
deste reconhecimento coletivo, por meio do Troféu
Mulher IMPRENSA?
O
jornalismo é uma profissão com maioria
de mulheres. Contudo, no exercício da profissão,
é comum nos deparamos com obstáculos muito
concretos que impedem o desenvolvimento das profissionais
na sua diversidade racial e geracional. Estes obstáculos
estão baseados no racismo e no sexismo que geram
condições e ambientes de trabalho adversos,
conflituosos e violentos à presença de
mulheres jornalistas, o que significa, para muitas,
exposição a assédio moral, assédio
sexual por parte de colegas e fontes, desvantagens em
oportunidades de trabalho, dificuldades de ascensão
profissional e até mesmo exclusão da profissão.
Hoje, existe mais consciência das mulheres jornalistas
acerca dessa realidade, a qual esteve silenciada e oculta
pelo fato de racismo e machismo terem sido considerados
assuntos tabus na profissão. Na medida em que
os feminismos estão em afirmação
pública, isso também propiciou avançar
nos debates no jornalismo como profissão sobre
a condição de gênero. Entretanto,
as mulheres jornalistas são plurais, logo, gênero
precisa ser articulado com raça e outras identidades.
A visibilidade do sexismo e do racismo é um prenúncio
da mudança, porque expor problemas é a
maneira mais eficiente de construir soluções
e eliminar práticas opressivas. É tempo
de unir esforços em favor de ações
inclusivas por parte da própria categoria profissional,
das empresas e dos públicos com os quais nos
relacionamos para efetivamente construirmos a equidade
de raça e de gênero no jornalismo brasileiro.
Ao exaltar a trajetória de mulheres jornalistas,
o Portal IMPRENSA se coloca como parceiro ativo nesta
mudança necessária para a eliminação
do racismo e do sexismo no jornalismo e para a promoção
da igualdade de condições e oportunidades
na profissão.
Quais
são os caminhos para fortalecer o jornalismo
feito por mulheres, em meio aos ataques e ofensas nas
redes?
Reconhecer
o trabalho feito por mulheres jornalistas é um
passo decisivo para promover a igualdade de gênero
e raça e eliminar o patriarcado e o racismo,
que valoram o trabalho das mulheres como menor. Embora
hoje tenhamos mais mulheres no jornalismo, nós,
mulheres negras ainda somos minoria por ação
do racismo. A prevalência da estética da
branquitude, que ainda impede oportunidades de trabalho
para as mulheres negras jornalistas. Os ataques às
mulheres jornalistas e agressões têm crescido
nos últimos anos como forma de interditar as
mulheres da profissão, perseguindo-as e intimidando-as
publicamente por ação orquestrada de grupos
sexistas e racistas. A rigorosa punição
a essas práticas é o que precisa nos unir
nos próximos anos, para que as mulheres possam
desfrutar da liberdade de expressão e informação
no campo do jornalismo. |