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Qual é a importância para você
deste reconhecimento coletivo, por meio do Troféu
Mulher IMPRENSA?
Pra mim é
uma grande felicidade receber o prêmio Troféu
Mulher IMPRENSA pelo segundo ano consecutivo, é
uma valorização do meu trabalho como
colunista. Eu sempre tento trazer temas que a gente
consiga refletir criticamente, às vezes ‘verdades
não tão agradáveis’, parafraseando
a pensadora Grada Kilomba. Então, eu acho que
este reconhecimento é muito importante porque
me fortalece para continuar fazendo o bom debate.
Toda forma de reconhecimento é fundamental,
mas neste caso específico, ainda somos tão
poucas mulheres negras como colunistas, então
essa valorização, além de fortalecer
o meu trabalho, é importante porque cria a
possibilidade de sonhos para outras mulheres, para
as meninas, enfim, são espelhos que eu acho
importantes. Então eu fico muito feliz e grata
pelo reconhecimento para seguir fazendo o bom debate.
Quais
são os caminhos para fortalecer o jornalismo
feito por mulheres, em meio aos ataques e ofensas
nas redes?
Primeiro, a
gente precisa ter mais mulheres, mulheres negras e
mulheres de diferentes classes sociais, cada vez mais
nas redações, presentes dentro destes
espaços. Quando eu digo mulheres é contemplando
a multiplicidade de ser mulher. É importante
ter a valorização destas mulheres em
cargos estratégicos, e cada vez mais a gente
não admitir quando perceber estes ataques,
se posicionar sempre contra, sejam homens ou mulheres,
e se fortalecer sempre contra este tipo de ataque
e ofensa. Eu acho que não dá, como diz
Martin Luther King, ter o silêncio, o problema
é o silêncio dos bons, muitas vezes as
pessoas não percebem o quanto aquilo é
absurdo e se calam diante destes absurdos. É
cada vez mais necessário que a sociedade não
se cale diante destes ataques.